Como a transformação digital tem impactado o comércio exterior?

Como a transformação digital tem impactado o comércio exterior?

Você sabe de que forma a transformação digital tem influenciado o segmento do Comércio Exterior? Mesmo antes da pandemia do novo coronavírus, que acelerou a migração de diversos negócios para o ambiente online, o Comércio Exterior já havia iniciado esse processo. 

De acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o investimento das empresas na área de tecnologia da informação chegou a 8% da receita das companhias, enquanto que, no setor de serviços, esse percentual chegou a 11,4%.

A tecnologia proporciona às empresas um ganho maior de eficiência, uma maior escalabilidade de processos e de resultados e também aumenta a competitividade, frente a um mercado cada vez mais acirrado. 

Nos últimos meses, com a crescente valorização do dólar em relação ao real, aumentou o ganho com exportações, com um registro de superávit da balança comercial brasileira de US$ 7,7 bilhões em agosto – o maior valor da série histórica do mês. Isso também gerou uma enorme massa de dados a serem processados e usados na tomada de decisão nas empresas que atuam no segmento.  

Portal Único do Comércio Exterior diminuiu prazo de pedidos de importação e exportação

Ainda em 2019, o governo brasileiro estabeleceu a Anexação Eletrônica de Documentos, por meio do Portal Siscomex (Portal Único de Comércio Exterior). O Portal, criado em 2014, foi uma iniciativa que teve como objetivo reduzir a burocracia e os custos nas operações de importação e exportação brasileiras. 

A proposta é reformular os processos e torná-los mais eficientes, criando um “guichê único” para centralizar a interação entre governo e os operadores privados. O movimento é uma iniciativa da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia e tem prazo para ser integralmente adotado até 2022. 

A adoção de um portal único, ou single window, é recomendada internacionalmente para as operações no comércio exterior. Com a adoção do Portal Siscomex, informações e documentos são enviados e distribuídos eletronicamente aos órgãos da Administração Pública. Após a análise desses documentos, os órgãos e entidades participantes notificam os operadores privados no comércio exterior do resultado, por meio do próprio Portal. 

O objetivo da iniciativa foi reduzir prazos e, consequentemente, os custos das exportações e importações, melhorar o ambiente de negócios e aumentar a competitividade do Brasil no mercado internacional. Antes do portal o tempo de pedidos de exportações era de 13 dias e passou para 8 dias. No caso das importações, o prazo diminuiu de 17 para 10 dias. 

Com a Anexação Eletrônica, foi suspensa a entrega de documentos físicos. A iniciativa reduziu a burocracia e diminuiu os custos com impressão e envio, além de reduzir o impacto dessas operações no meio ambiente. Uma outra vantagem foi que a chance de os documentos serem extraviados também diminuiu muito. 

Ainda, por meio do Portal Siscomex e da Anexação Eletrônica, os agentes podem acessar os documentos a partir de qualquer lugar do mundo, sem precisar redirecionar a documentação para outro local de despacho. 

Quais as principais tecnologias aplicadas no segmento?

A Inteligência Artificial é uma grande aliada tanto para os órgãos públicos quanto para as empresas no momento de avaliar riscos e tomar decisões. Nas estruturas governamentais, por exemplo, fiscais utilizam sistemas de IA para selecionar quais importações e exportações devem ser inspecionadas a partir da avaliação de parâmetros de risco.

Os softwares de gestão são outro recurso que ajudam as empresas a cumprir com as regras governamentais e aduaneiras (e isso é de enorme ajuda, já que os processos de importação e exportação são por natureza bastante burocráticos), evitando multas ou penalidades.

Entre as principais tecnologias aplicadas no segmento do comércio exterior estão: 

– ERPs (Enterprise Resource Planning) ou Sistema de Gestão Empresarial, que integra e automatiza os principais processos e dados da empresa em uma única plataforma;

– Soluções de computação em nuvem;

– Softwares de monitoramento e rastreamento de carga;

– Blockchain (livro-razão compartilhado e imutável que registra transações e faz o rastreamento de ativos em uma rede empresarial, reduzindo os riscos para as empresas);

– Internet das Coisas (internet aplicada nas estruturas físicas).

Esses são apenas alguns exemplos de tecnologias aplicadas nas empresas que atuam no segmento do comércio exterior. 

De acordo com uma pesquisa feita pela Live University e a multinacional Thomson Reuters em 2018 com 300 líderes do segmento, 77% acreditam que a Inteligência Artificial e o machine learning são as inovações que têm maior capacidade de trazer benefícios para o negócio; 36% elegetam a tecnologia IoT (Internet das Coisas), seguidos de Data Science e Blockchain, ambos com 22%.

De acordo com os especialistas do setor, entre as tendências de transformação digital na área do comércio exterior para os próximos anos estão a concessão de dados em um canal unificado, a comunicação direta e transparente e a adoção e desenvolvimento de programas que proporcionam agilidade à rotina de procedimentos

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